A marcha do ódio e o ataque a jornalistas em Jerusalém

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Israelenses e colonos sionistas marcham anualmente para comemorar a captura de Jerusalém e pedir morte aos árabes, mas nível da violência em 2024 foi ainda maior

Por Norberto Liberator
A marcha do ódio e o ataque a jornalistas em Jerusalém
Anualmente, no dia 28 do mês hebraico iyar, ocorre o Dia de Jerusalém – que comemora a tomada ilegal da cidade pelo Estado de Israel em 1967, no contexto da Guerra dos Seis Dias. No calendário gregoriano, a data varia entre os meses de maio e junho. Em 2024, foi no dia 4 de junho. Ocorreu na cidade a tradicional Marcha das Bandeiras, conhecida como “Marcha da Morte aos Árabes”. Trata-se de uma manifestação de incitação ao ódio, na qual a frase citada é entoada como grito de ordem. Desta vez, no contexto do genocídio praticado por Israel na Faixa de Gaza, a tônica foi ainda mais violenta.
Comércios de palestinos tiveram de ser fechados por questão de segurança. Ainda assim, muitos foram vandalizados e pessoas foram agredidas. Trabalhadores da imprensa também foram alvo de violência. Foi o caso da repórter espanhola Almudena Ariza, empurrada enquanto fazia uma transmissão. Já o jornalista palestino Saif Al Qawasmi foi alvo de tentativa de linchamento. Repórteres do jornal israelense Haaretz foram agredidos após uma emboscada. Dias antes, as vidraças do Haaretz em Tel Aviv foram quebradas.
O jornalista Nir Hasson, que foi espancado por manifestantes, afirmou que esta foi a pior Marcha das Bandeiras que já cobriu. “A Marcha da Bandeira no Dia de Jerusalém é um termômetro preciso da condição da sociedade israelense. Mede os níveis de ódio, racismo e violência na sociedade religiosa sionista; e a tolerância da polícia e do resto da sociedade a isso. O diagnóstico deste ano é terminal”.

Norberto Liberator

Jornalista, ilustrador e quadrinista. Interessado em política, meio ambiente, artes e esportes.

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