O Manifesto

Em defesa do potencial artístico do jornalismo e do potencial jornalístico da arte

“Sou parcial mesmo. Não acredito em jornalista que não seja parcial; são babacas”. Esta frase de Tarso de Castro, editor-chefe da primeira fase do jornal O Pasquim, ajuda a guiar a Badaró na busca por um jornalismo francamente combativo, que se posicione em favor dos setores mais vulneráveis da sociedade. A pretensa neutralidade é um posicionamento favorável ao opressor.

Com estreia no final do ano de 2019, em um contexto político de perda de direitos, a Badaró se propôs desde o início a ser um veículo de posição independente e contra-hegemônica. Tal escolha está presente não apenas no conteúdo das produções, mas também na forma, tendo assim escolhido se manifestar principalmente a partir do jornalismo em quadrinhos, linguagem pouco conhecida do grande público, e esporadicamente por vídeos, ilustrações, colagens, infográficos e podcasts.

Destacamos o potencial artístico do jornalismo e o potencial jornalístico da arte. Decidimos percorrer nosso caminho por meio do encontro entre estas duas formas de comunicação. A arte sem contestação serve apenas para decoração ou consumo distraído; o jornalismo sem contestação está a serviço da ordem vigente.

A explicitação das posturas políticas começa pelo nosso próprio nome, uma referência ao jornalista ítalo-brasileiro Giovanni Libero Badaró, primeiro mártir da imprensa nacional, assassinado após combater o autoritarismo do imperador D. Pedro I. 

Em um contexto de perseguição política à imprensa independente, Libero Badaró afirmou a seguinte frase em seu jornal O Observador Constitucional: “altamente declaramos que não temos o menor medo de ameaças. Aconteça o que acontecer, a nossa vereda está marcada e não nos desviamos dela: não há força no mundo que nos possa fazer dobrar, senão a da razão, da justiça”.

Dois séculos depois, diante da precarização do trabalho jornalístico e do alinhamento dos grandes conglomerados midiáticos à ordem dominante, a Badaró acredita que a imprensa alternativa, orientada por uma perspectiva crítica, possua ferramentas para colaborar com uma sociedade mais igualitária. A mídia corporativa e sua defesa da democracia burguesa não nos servem como modelo.

Neste sentido, o chavão de que o jornalismo é essencial para a democracia deve ser melhor contextualizado: defendemos que um modelo de imprensa crítico ao capitalismo é uma das linhas de frente na luta por uma democracia popular, na qual interesses coletivos sejam mais importantes do que os interesses econômicos da burguesia. A esta imprensa crítica se somam a atuação de artistas engajados, sindicatos, partidos políticos de esquerda e movimentos sociais.

Por fim, a Badaró defende que um jornalismo combativo e renovado, que fuja ao modelo tradicional controlado por oligarquias, seja uma forma de enfrentar a crise pela qual a imprensa como um todo tem passado. Novos padrões midiáticos também podem apontar caminhos para o combate às redes de desinformação, que, para além de negar a ciência e o jornalismo, são resultado de novas estratégias de manutenção do próprio capital.

É por este caminho que temos buscado pautar nossa prática jornalística no que diz respeito à técnica, estética e ética.

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1 Comment

  • AMEI A INICIATIVA,!! Vai ser a Piauí do Pantanal. Sucesso gente ❤️

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j o r n a l i s m o  i n o v a d o r,

ú n i c o  e  i n d e p e n d e n t e.

 

E n f r e n t a m o s  o s

i n t e r e s s e s  d o s  m a i s

p o d e r o s o s,  m e s m o

s e m  m u i t o s  r e c u r s o s.

 

C o n t r i b u i n d o  p a r a

c o n t i n u a r m o s  n o s s o

t r a b a l h o,  v o c ê  r e c e b e

n o s s a  r e v i s t a  i m p r e s s a

e  o u t r o s  m a t e r i a i s

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