Quem leva?
- 23 de novembro de 2019
Flamengo entra preparado, mas terá que enfrentar, além das qualidades técnicas, uma atmosfera já conhecida pelos brasileiros: catimba, cera e partida bastante amarrada
Por Alison Silva
Ilustração e edição: Norberto Liberator
Flamengo e River Plate decidem hoje a Copa Libertadores da América de 2019. O Estádio Monumental de “U”, em Lima, será o palco desta que é a primeira final em jogo único dos quase 50 anos de competição.
Rubro-negros e “millonarios”, como é conhecida a equipe do River Plate, traçaram caminhos parecidos no início da competição – semelhanças que se mantiveram durante a fase eliminatória do torneio. A efetividade de ambas as equipes as credenciam como protagonistas da competição.
Campanhas
Os argentinos iniciaram a Libertadores no Grupo A, junto com o Internacional de Porto Alegre, Alianza Lima do Peru e o Palestino do Chile. Durante a fase de grupos somaram quatro vitórias, dois empates e nenhuma derrota.
Cariocas figuravam no Grupo D, juntamente com o Peñarol do Uruguai, o boliviano San José e a LDU, clube do Equador. Na primeira fase, o clube brasileiro somou três vitórias, duas derrotas e um empate, sendo classificado na última rodada da fase inicial, após um empate sem gols contra a equipe do Peñarol fora de casa.
Neste momento da competição, ambas as equipes eram semelhantes. Finalizados os jogos da fase de grupos do torneio, Flamengo e River Plate tinham, somados, 21 gols – sendo 10 rubro-negros e 11 dos millonarios. Além das semelhanças ofensivas, defensivamente eram até o momento idênticos, tendo sofrido cinco gols cada.
Fase eliminatória
Classificados à próxima fase da competição, Flamengo e River Plate tiveram dificuldades nas oitavas de final do torneio e só conseguiram prosseguir na Libertadores após algum sofrimento. A equipe carioca enfrentou o Emelec, clube do Equador. Fora de casa, revés por 2 a 0, derrota que marcou a estreia do então recém-contratado técnico do Flamengo, o português Jorge Jesus.
No duelo de volta, Gabriel marcou duas vezes e o Flamengo seguiu na competição após vencer, por 4 a 2, a disputa nos pênaltis. Do mesmo modo, os argentinos seguiram adiante. Após duplo empate sem gols contra a equipe do Cruzeiro, avançaram no torneio com vitória nos pênaltis, pelo mesmo placar que o clube carioca.
Nas partidas quadrifinalistas as semelhanças permaneceram. O Flamengo enfrentou o gaúcho Internacional. No jogo de ida, no Maracanã, Bruno Henrique duas vezes deu boa vantagem aos rubro-negros. Na partida de volta, empate por 1 a 1 no Beira-Rio e vaga nas semifinais da competição. O clube argentino jogou contra o paraguaio Cerro Porteño; na Argentina, vitória por dois a zero. Fora de casa, empate em 1 a 1. Com a classificação, o River fez o clássico contra o Boca Juniors pela semifinal.
Os confrontos de semifinais do torneio foram marcados pelos confrontos entre equipes conterrâneas – aqui, o único fator similar entre os duelos. Se por um lado o Flamengo enfrentaria o Grêmio, uma das equipes mais prestigiadas do momento no futebol brasileiro, o River Plate jogaria contra seu maior rival e adversário na finalíssima da Libertadores 2018, o Boca Juniors.
Enquanto o River Plate chega a esta final com certa dificuldade, tendo vencido os duelos por um placar agregado de 2 a 1 (vitória por 2 a 0 e derrota por 1 a 0), os rubro-negros não tomaram conhecimento da equipe de Renato Gaúcho, aplicando sonoros 6 a 1 no somatório das duas partidas (1 a 1 na ida e 5 a 0 na volta).
Competição
Mesmo com todas estas semelhanças, podemos apontar a equipe do Flamengo como favorita ao título? Dos 21 gols anotados pelos rubro-negros até o momento desta final, 12 saem dos pés de Bruno Henrique e Gabigol; aproximadamente 57% de todos os gols flamenguistas até o momento.
Por parte do River Plate, além das qualidades técnicas de De La Cruz e Ignácio Fernandes, existe toda uma atmosfera já conhecida pelas equipes brasileiras: catimba, “cera” e partida bastante “amarrada”.
O atual campeão da competição vai buscar defender o título e somar a quinta conquista do torneio (vencido em 1986, 1996, 2015 e 2018), o terceiro com Marcello Gallardo. O clube também foi vice-campeão em outras duas oportunidades (1966 e 1976). Já os rubro-negros conquistaram o continente em apenas uma edição (1981), frente ao Cobreloa do Chile.
A bola rola logo mais, às 17h, horário de Brasília.