A “Seleção do Curdistão” na elite do futebol sueco
- 9 de julho de 2021
A milhares de quilômetros de distância da região do Curdistão, um clube sueco defende as cores curdas
Por Kodro Magazine (*)
(Ilustração: Norberto Liberator)
O Dalkurd Fotbollsförening, clube de futebol fundado em 26 de setembro de 2004 por moradores da cidade de Borlänge (entre eles, nove refugiados curdos), é conhecido popularmente como a “Seleção do Curdistão” e disputou, não tem muito tempo, a Allsvenkan – a primeira divisão da Suécia.
O time manda seus jogos no antigo Estádio Domnarvsvallen, construído em 1925, com capacidade para 6,5 mil espectadores. Um campo que já viu sete acessos, cinco deles consecutivos entre 2005 e 2009, e que além do futebol, também encontra espaço para uma série de atividades sociais.
Com 16 clubes, o Allsvenkan é disputado no formato de pontos corridos. Atualmente na 3ª divisão sueca, o Dalkurd teve o último acesso em 2017, mas foi rebaixado no ano seguinte, ficando na vice-lanterna.
(Fotos: Reprodução)
Este clube nasceu numa comunidade de pescadores de Dalarna, a 317 quilômetros da capital Estocolmo, começando na sexta divisão sueca, e tinha objetivo de ser um projeto social para abrigar refugiados curdos, além de proporcionar uma melhor adaptação a esses grupos.
Hoje, o Dalkurd FF se orgulha de utilizar as cores do Curdistão iraquiano e seus 1,5 milhão de seguidores no Facebook são fruto das vezes em que conseguiu subir para a primeira divisão do futebol sueco, um sonho que só se tornou realidade por conta do atual presidente, Ramazan Kizil.
Vale ressaltar que o clube teve uma guinada em 2016, garantindo uma maior qualidade técnica, quando cedeu 49% dos direitos aos irmãos Sarkat e Kawa Junad, também curdos, e empresários milionários do setor da comunicação.
Por meio de uma melhor gestão esportiva, o clube foi elevando seu patamar, seja pela contratação de jogadores ou pela estruturação das categorias de base em Dalarna, Borlange e Erbil, que é a capital do Curdistão iraquiano.
(*) O texto original foi publicado na Kodro Magazine, revista dedicada à história do futebol ao redor do mundo, e pode ser conferido neste link. A tradução foi feita por Guilherme Correia.