Quem cuida da saúde mental do LGBT?

Por Carolina de Mendonça

A comunidade LGBT+ é composta de sujeitos que se encontram em desacordo com o padrão imposto de expressão de gênero e sexualidade. A desconformidade surge, pois há uma norma social opressora de lógica cis-heteronormativa, que violenta quem diverge dos padrões. Tal repressão tende a gerar angústia nos indivíduos, levando a problemáticas de saúde mental.

Contudo, profissionais de saúde, inclusive mental, nem sempre sabem lidar com as questões trazidas por pessoas LGBT+  em relação à sexualidade e/ou gênero. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a homossexualidade¹ deixou de ser considerada uma patologia, sendo retirada da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID), apenas em 1990. Em 2018, foi anunciada a retirada da transexualidade da lista de transtornos mentais, válida a partir de 2022 com a 11ª edição do CID, reforçando a Resolução CFP nº 01/2018, que orienta profissionais a eliminar preconceitos contra transexuais e travestis.

A psicologia enquanto discurso ético-político se posiciona pelos direitos humanos, sendo vedado pelo Código de Ética Profissional quaisquer formas de preconceito. Contudo, há intensas batalhas sobre o uso de terapias de reversão sexual (popularmente conhecidas como cura gay), mesmo esta sendo considerada uma forma e de tortura. 

Na última eleição do Conselho Federal de Psicologia (CFP), em agosto de 2019, a chapa “Movimento Psicólogos em Ação” de número 24 na campanha tinha propostas de “valorização da família brasileira”. A chapa ficou conhecida como “Chapa Cura Gay” e foi defendida por Heloísa Bolsonaro (esposa de Eduardo Bolsonaro). Dentre os(as) psicólogas(os) votantes no país (101.377), 5.458 votaram na chapa 24, porém esta derrota não simboliza vitórias para a psicologia. Ao contrário, a existência de tal proposta e mais de 5 mil profissionais de psicologia que ativamente concordaram com esta,  são demonstrações de uma prática violenta na atuação de muitos profissionais. Uma derrota para toda a sociedade brasileira.

Poucos meses antes da eleição, o CFP, junto aos Conselhos Regionais, lançou um importante livro sobre as violências sofridas por LGBTs e seus impactos na saúde (biológica, psicológica e social),“Tentativas de Aniquilamento de Subjetividades LGBTIs”. A obra, que tem distribuição gratuita e pode ser baixada no site da instituição, conta com diversos relatos de violências LGBTfóbicas sofridas em vários contextos, inclusive, por profissionais de psicologia. Para ampliar o debate sobre a temática, encontrei quatro profissionais de psicologia sobre temas relacionados à atuação da psicologia frente a sujeitos LGBT.

Aline Pompeu é psicóloga clínica, psicodramatista e mestra em psicologia pela Universidade Federal de Sergipe (UFS), e participa do grupo de pesquisa SexUs. Apesar de ter desenvolvido sua pesquisa de mestrado sobre a saúde lésbica, Aline não teve matérias curriculares sobre sexualidade e gênero durante a graduação; seu interesse em nível acadêmico se iniciou ao estudar uma matéria optativa com o professor Elder Cerqueira (coordenador do SexUs), sobre introdução à sexualidade humana. Aline também fez pesquisa durante a graduação dentro do grupo do SexUs. Apesar de ter uma graduação recheada de estudos sobre sexualidade, Aline afirma que foi por si própria uscar o tema, pois não havia dentro do currículo básico de sua formação, mesmo sendo um tema tão vital na prática psicológica.

A passos lentos, a sociedade caminha para a compreensão de que questões determinantes de gênero precisam ser pautadas, nos diversos contextos sociais em que o sujeito se insere, como escola, trabalho, ambiente doméstico, religiãocontexto religioso. A psicóloga nos trouxe questões importantes no desenvolvimento de identidade sexual e a dificuldade que um terapeuta, que não tenha compreensão dessa dimensão, pode ter, como casos em que a pessoa performa, ainda na infância, características que estão além da identidade de gênero imposta ao nascer.

“Uma pessoa que não tenha o mínimo de entendimento sobre identidade de gênero pode se confundir e acreditar que existe uma confusão mental, que requer um tratamento terapêutico, quando a criança pode muito bem estar só brincando de ser criança e desenvolver sua identidade de gênero”

Por conta dos crescentes debates sobre o tema de diversidade que tomaram a sociedade em diferentes espaços, aumenta o interesse por essas questões. Contudo, nem sempre o assunto chega a todos que têm essa curiosidade e, até mesmo, aos que  precisam desteconhecimento para a atuação profissional, como é o caso de psicólogas(os). Isto dificulta a atuação para além de lidar com diversidades de gênero e sexuais, como aponta Aline Pompeu:

“O conhecimento não necessariamente chega até eles porque é isso: não faz parte da grade curricular. Então, acho que, uma disciplina de diversidade, que não trate só sobre diversidade de sexual e de gênero, mas  também com diversidade racial, com diversidade socioeconômica, é uma disciplina importantíssima. Diversidade de habilidade… Se a gente for pensar nas pessoas com deficiência e no quanto na psicologia, pelo menos na minha formação, não [se] foi instruído a lidar com a deficiência. Mesmo com a deficiência auditiva, [já] que a gente não é nem instruído para saber falar em libras. Se  a gente for pensar nesse sentido, os profissionais de psicologia não estariam necessariamente capacitados para nem as demandas de sexualidade e gênero e nem as demandas de outras diversidades, mas não posso falar [dos profissionais] em sua maioria, com certeza. É o que observo a partir dos currículos que fui conhecendo de universidades daqui, de Sergipe, e de fora também.”

Junto a um grupo de cinco amigas, também lésbicas, Aline organizou em 2017 um evento intitulado  “Fala, Sapatão!”. A proposta era uma pequena roda de conversa para que lésbicas e bissexuais dialogassem sobre suas experiências, vivências e demandas, criando um espaço de acolhimento. O grupo percebeu que os espaços de acolhimento estavam surgindo nas conversas de bar, mas sentiam a necessidade de conversar sobre essas temáticas de forma mais séria (e sóbria).

A proposta era simples e, por ter sido realizada  à noite em uma praça na zona sul da capital sergipana, o grupo não esperava que houvesse um grande público. Para completar, no dia do evento houve muita chuva, deixando o espaço ainda mais inóspito . Contudo, surgiram mais de 40 mulheres e houve um debate, no qual foram explanados diversos temas, como a dificuldade ao acesso à saúde ginecológica: 

“Quando mulheres lésbicas ou bissexuais vão a um profissional ginecologista, elas são presumidas como heterossexuais e nessa presunção elas não se sentem convidadas, confortáveis ou seguras para revelar sua orientação sexual, que que acaba fazendo com que o atendimento fique limitado. Fique errôneo, na verdade. Não existe um atendimento para aquela mulher na realidade dela. Então são passados anticoncepcionais, como se fosse necessário como meio contraceptivo. Também não são ensinadas formas de a gente se prevenir na relação entre duas mulheres. [Além de] outras demandas, como a solidão dentro de casa, não ter uma rede de apoio social forte, principalmente vindo da família, e tendo que depender mais dos amigos e das amigas para ter essa rede de apoio. A demanda de trabalhar sendo uma minoria sexual também. E ter que regular quem sabe, negociar onde é possível que essa orientação sexual seja revelada. Então, eu percebi que existia uma demanda aí que dizia muito respeito a esse discurso de se entender como lésbica, [ou] se entender como bissexual e de revelar isso nos espaços sociais que a gente frequenta. E tem uma variável para isso, que chama “outness”, que não tem uma tradução exata para o português, aí no meu trabalho eu usei a palavra “abertura”, queue seria essa coisa de sair do armário, de revelar a orientação sexual, do quanto você revela sua orientação sexual, do quanto você é aberta sobre ela nos espaços sociais que você frequenta.”

No Brasil, há poucas produções sobre a população lésbica, principalmente voltada apenas a ela, sendo por vezes colocada junto a outras siglas da comunidade LGBT+, mas há vivências diferentes dentro destacategoria. A ciência no Brasil ainda caminha a compreender a lesbianidade, bem como as formas como se dá a identidade dessa população e suas opressões específicas.

A prevenção de ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) no sexo entre vulvas é uma grande problemática para esta população. Os profissionais de saúde muitas vezes não sabem explicar as formas de prevenção que existem para este grupo, além de faltarem tecnologias preventivas. Os preservativos e lubrificantes distribuídos pelo governo  são pensados para a alocação de um pênis, o que não funciona quando não há tal órgão na relação sexual. Por vezes, esta categoria não utiliza de nenhum método de prevenção, seja pelo desconhecimento ou por dificuldades. Pensando em tal problemática, a publicitária e ilustradora Nicolle Sartor criou em seu trabalho de conclusão de curso uma cartilha chamada “Guia do Velcro Seguro”.  

Há uma invisibilização da saúde sexual de pessoas com vagina que se relacionam mutuamente.Além de faltarem preservativos adequados, muitos profissionais não conhecem a importância de exames preventivos, como o Papanicolau, que é realizado majoritariamente em mulheres já penetradas. Contudo, não há indicação de o exame ser exclusivo para pessoas que já passaram por penetrações penianas.

“E essa invisibilização adoece, mantém a gente fora do serviço de saúde não só ginecológico, mas também  mental, já que você não poder ser reconhecida como quem é nesses espaços. Eu vi também que apesar de elas revelarem a sua orientação sexual para psicólogos até porque, querendo ou não, em determinado momento esse assunto chega com mais tranquilidade –, elas não revelam e não acham mesmo necessário revelar para um psiquiatra, que é outro profissional de saúde mental. Ou até mesmo para um clínico geral. E o argumento é que isso não faz muito sentido, porque a população  lésbica pontua muito mais alto do que mulheres heterossexuais em sobrepeso, em pressão alta, em tabagismo, em uso de álcool, em comportamento sexual de risco. Então a gente é uma população vulnerabilizada em saúde e que não encontra no serviço de saúde espaço, para ser reconhecida, para ser vista.”

Por perceber tais demandas, a pesquisadora em  desenvolveu em seu mestrado um estudo intitulado “Abertura em mulheres lésbicas e suas implicações para a saúde mental, acesso ao serviço de saúde e prevenção sexual e reprodutiva”. A psicóloga precisou delimitar a pesquisa entre mulheres lésbicas, pois percebeu que há diferenças no esclarecimento e leitura da sexualidade entre mulheres lésbicas e bissexuais.

No estudo, Aline Pompeu observou a abertura destas nos diferentes espaços que frequentam socialmente, além da homofobia internalizada, e observou também estresses. 80% da amostra pontuou patologicamente em distress (sintomas ansiosos e depressivos) na escala de Kessler², que mede mal-estar psicológico. A população lésbica é vitimizada cotidianamente, não só por ser uma minoria sexual, mas por ser uma minoria de gênero. Além destas questões, foi percebido que aspectos sociodemográficos influenciam nos níveis altos de distress.

Mulheres periféricas, de baixa renda e mulheres negras da amostra da pesquisadora tiveram maiores pontuações no nível de distress, menor abertura para falar de sua sexualidade e maiores índices de homofobia internalizada. A interseccionalidade de opressões afeta diretamente a saúde da mulher lésbica. Há também diferença entre moradoras da capital sergipana e cidades do interior do estado, quanto a revelar a orientação à agente de saúde. 

Aline Pompeu apontou que, ao se buscar compreender a saúde mental de mulheres lésbicas, é importante olhar para estes outros determinantes sociais. O tipo de atendimento de saúde que essas mulheres irão usar, suas relações com emprego, suas opressões por gênero, pois essas questões se atravessam. Não se pode deixar de ver esse grupo como uma totalidade de cidadãs.

Perpassando também pelas formas de violência sofridas por esse grupo, o  estupro corretivo, por exemplo, é uma das formas mais violentas de “reorientação” de uma identidade heterossexual, a heterossexualidade compulsória³. Tal forma de violação também se intersecciona diretamente ao gênero. Isso ressoa na construção da identidade sexual, a qual por vezes não é uma construção tranquila, pois vai de encontro com a norma heterossexual. Para a própria mulher, isso pode gerar conflitos internos. É doloroso e difícil se reconhecer como um grupo vitimizado. 

 Por ser uma minoria, esse grupo precisa refletir sobre sua forma  de revelar a sexualidade, além de redes de apoio nos ambientes que frequenta (escola, trabalho, família entre outros). Compreender se a mulher é reconhecida nos grupos em que está inserida ou se precisa negociar sobre quem sabe e quem não sabe sobre sua orientação, como forma de se proteger. Ser lésbica na sociedade é visto como algo “inferior” e essas violências sofridas podem afetar a autoestima dessas mulheres que se assumem, modificar a forma com elas se percebem.

Outra grande problemática entre lésbicas são as formas de relacionamento. Por conta da muitas terem crescido em lares heterossexuais, com invisibilização do grupo nos ambientes de convívio e diferentes mídias, não há um padrão de relacionamento a se espelhar. Com isso, tende-se a repetir lógicas de relacionamento heterossexuais, mas esses não funcionam com duas pessoas socializadas enquanto mulheres, logo com diferentes formas de vinculação.

Chega a ser um problema a fusão entre casais de mulheres lésbicas. Tem até uma fala do senso comum que mulher lésbica não namora, mulher lésbica só casa, pois tá junto, já gruda, vai morar junto, adota um gato e tá tudo certo. E esse dizer está baseado nessa noção de que existe essa fusão no relacionamento e que as duas passam a ser basicamente, entre várias aspas, ‘a mesma pessoa’. E essa fusão pode ser muito problemática para o casal. Ela pode inclusive resultar em violências. Não só violência emocional, como psicológica, violência financeira, porque existe mesmo esse desconhecimento sobre o que seria esse padrão de relacionamento saudável entre duas mulheres.”

A pesquisadora também nos falou sobre envelhecimento lésbico, pois pessoas de minorias sexuais tendem a viver mais afastadas de familiares, caso essas não tenham desenvolvido um novo núcleo familiar, pois em  gerações anteriores vivenciar um relacionamento lésbico era negado. Dentro desse recorte,atualmente tende-se a ter apoio de amigas que auxiliam a lidar com essa fase da vida. 

Matheus Macena, psicólogo clínico pela linha da Gestalt-Terapia, estudou numa universidade particular em Sergipe. Atualmente é mestrando  na UNB na linha Processos do Desenvolvimento Humano e Escolar, na qual desenvolve pesquisa sobre LGBTs no espaço de ensino superior. Apesar de estudar o tema na pós-graduação, durante sua graduação não participou de debates sobre gênero e sexualidade dentro da grade curricular. 

A sexualidade só foi discutida em sala de aula quando foi falado sobre a teoria do desenvolvimento psicossexual de Freud, que acabou sendo uma coisa muito limitada e que não abrangeu a urgência e a importância que o tema tem na sociedade atual, no século XXI. Então fui conhecer outros espaços através de grupo de estudo, grupo de pesquisa, fazendo cursos por fora e através do meu interesse de assistir documentários, de ler livros a respeito.”

Segundo o pesquisador, quando não há estudo no currículo e um interesse pessoal da(o) psicóloga(o) em estudar sobre o tema, na prática profissional ele tende a produzir preconceitos, estigmas e estereótipos. Estes tenderão a dificultar o sujeito enquanto ser vulnerável que necessita de ações afirmativas,  olhar mais sensível para com os preconceitos sofridos, conflitos internos em relação a sexualidade e/ou identidade de gênero. 

“Tudo aquilo que foge precisa ser corrigido ou é aceito com ressalvas. Como, por exemplo, ‘você pode ser homossexual, mas não seja afeminado’, ‘você pode ser lésbica, mas não precisa ser tão masculina’, ‘vocês não precisam estar demonstrando afetividade na frente das pessoas’. Então, quando a gente não discute essa questão academicamente, trazendo para ciência, os estudos que mostram o que acontece com esses sujeitos, como a gente [profissionais de psicologia] pode acolher essa subjetividade, quando isso não se discute em sala de aula esses preconceitos e estigmas tendem a ser reproduzidos. Até pelas pessoas que trazem um discurso mais amigável, vão ter também tendências a reproduzir alguns estigmas e algumas discriminações, justamente porque o discurso no senso comum já é carregado de microagressões.”

É necessário que o profissional de saúde mental compreenda e acolha o que é trazido pelo sujeito LGBT+, enquanto, também, minoria sexual. Quando não ocorre isso, o sujeito tende a se sentir diminuído e a evitar buscar assistência profissional, pelas expectativas mais básicas de acolhimento, respeito e aceitação terem sido frustradas. Tal situação também pode reforçar no sujeito pertencente a esse grupo um sentimento de inadequação e reforço de agressões já existentes, dentro do ambiente que deveria ser acolhedor.

Dentro dos espaços educacionais, há obstáculos enfrentados pelos sujeitos LGBT+ por não estarem dentro da lógica hétero e cisnormativa. Funcionando como forma de moldar o sujeito ao contexto social vigente, essas instituições estão a serviço de um aparelhamento ideológico que é opressor e reforça preconceitos. A trajetória educacional do LGBT tende a ser conturbada, por conta das ideologias presentes nas instituições de ensino, com diferenças de experiência entre as minorias sexuais e de gênero presentes na sigla LGBT, além de intersecções de outras opressões estruturais. 

“[Quanto a]O homem gay, por exemplo, existem estudos que mostram a dificuldade justamente por conta microagressões dos discursos, que existem não só por parte dos professores, mas também de colegas, das pessoas que trabalham na instituição e estão ali circulando, mas também há estudos que mostram que, quando esses homens homossexuais estão nas universidades, eles também se sentem empenhados e motivados a ter uma carreira de sucesso e se esforçar muito ali. Como ele sofre preconceito, o  estudo e o sucesso na carreira podem ser uma super compensação, por esses outros fatores”.

O pesquisador nos explicou que há dados sobre a percepção de sujeitos LGBT+ em serviços de atenção básica à saúde (como Unidades Básicas de Saúde) e serviços de acolhimento em espaços educacionais, e nesses ambientes  o grupo se sente estigmatizado. Ainda há, por exemplo, profissionais que associam homens homossexuais ao vírus HIV, pensamento que contraria as a comprovação de , que o risco de se ter Infecções Sexualmente Transmissíveis se dá por comportamentos sexuais sem uso de preservativos adequados, o que independe de orientação sexual. Tal associação também era feita por bancos de sangue que rejeitavam doação de homens homo e bissexuais, modificando apenas durante a pandemia de Covid-19.

Na saúde mental, as opressões costumam se dar pela negação de uma estrutura opressora e  reforçamento de estereótipos. A primeira culpa o sujeito perante as violências Lgbtfóbicas sofridas. A segunda cria conceitos prévios sobre o sujeito, ignorando o fato de que só se pode  saber do sujeito quando este nos conta sobre si. Quando não se está preparado para se lidar com a diversidade, reproduz-se agressões que poderão contribuir para o adoecimento do sujeito.

“E acerca do homem gay, existe um estereótipo ,socialmente falando, do que chamam de afeminado, que tem características de comportamento, na fala, que remetem ao que é considerado socialmente do sexo feminino. Se é um sujeito afeminado, vai ter uma relação com um sujeito que é menos afeminado que ele ou vice-versa. De profissões que ele vai seguir, do que ele gosta de fazer, de que tipo de música ele ouve, de qual forma ele vai falar. E com esse tipo de estereótipo em mente para atender um homem homossexual, já vai tá enquadrando ele em diversas caixinhas em diversos padrões que eu [terapeuta] crio e o que é que pode acontecer, o profissional quando não tem essa postura fenomenológica5 diante desse sujeito, quando já vai idealizando […] O profissional vai criar expectativas em relação àquela pessoa, em relação ao progresso daquele tratamento, que vão ser irreais consequentemente, todo processo vai ser danificado e as coisas não vão fluir da melhor forma.”

Como forma de alternativas à problemática, o psicólogo trouxe inclusão do tema de sexualidade e gênero em currículos escolares desde a educação básica. Contudo, no atual contexto político, esse caminho está mais difícil de ser traçado. Dos passos curtos dados nos últimos anos, o pesquisador nos citou os avanços de direitos, conquistados com muita luta, para essa classe, como união estável, herança e adoção, mas que ainda são conquistas recentes e com poucas garantias. É preciso se atentar aos ataques do atual governo aos direitos mais básicos, como acesso à universidade, para que principalmente os mais vulneráveis não sejam privados de direitos.

Felipe Damacena é psicólogo clínico tanto em modo particular, quanto de forma voluntária, pesquisa sobre atendimento psicológico a pessoas bissexuais e relações interraciais, estudos de raça e identidade. Apesar de desenvolver pesquisa sobre sexualidade durante a graduação, não teve matéria voltada ao tema, sendo apenas debatido em um momento através do filme estadunidense “Filadélfia” (Jonathan Demme, 1993), que fala sobre o estigma da AIDS em homens gays cisgênero naquele período. Por poucas vezes ,a questão da transexualidade foi debatida e o viés tendia ao biológico e psiquiátrico. 

O interesse por temas ligados ao público LGBT precisou partir dos alunos da turma para poder ser estudado de forma paralela à graduação, reforçado por grupos de estudantes dentro da Universidade, como o Centro Acadêmico, que busca abordar o tema. A bissexualidade, objeto de estudo do pesquisador, só foi vista em aulas pela perspectiva freudiana4.

“Para Freud, todos indivíduos seriam bissexuais originalmente. Só que essa fala do Freud também já é problemática, porque por um passo ela mostra a bissexualidade como algo universal, mas ao mesmo tempo ele a coloca que o indivíduo vai desenvolver depois uma monossexualidade. Ou seja, ao longo do desenvolvimento, o indivíduo vai escolher um objeto só. Vai se atrair por um gênero só. Então, o único contato em relação à bissexualidade foi essa visão do Freud enquanto alguém que a via como algo transitório. Uma etapa primitiva do desenvolvimento a ser superada. Mas foi mais assim, acho que era mais uma demanda dos alunos que quisessem trazer o tema pra eventos, então… era uma coisa mais do centro acadêmico, por exemplo, se mobilizar para trazer algo sobre o público trans, era muito mais um movimento dos alunos, pois na nossa grade mesmo não tinha nada.”

Felipe Damacena nos afirmou que essa formação com grandes brechas sobre questões de sexualidade e gênero tendem a ser bastante problemáticas. O público bissexual procura na terapia um amparo que não encontra na religião, na família, muitas vezes não tem no ambiente educacional, no trabalho, e vai buscar na terapia. Se o profissional não tem o olhar para as especificidades da pessoa bissexual, ele provavelmente vai patalogizá-la. A tendência é que o profissional individualize o problema trazido, sendo essencial que perceba a opressão no âmbito coletivo, social e como as violências que esse grupo sofre podem levar ao adoecimento psíquico. Mas sem ter uma formação crítica sobre isso, o profissional tenderá a ver a bissexualidade como um problema.

A deslegitimação da sexualidade nos ambientes é uma forma de violência à qual minorias sexuais estão expostas. Dentre os bissexuais, esse tipo de apagamento se dá mesmo dentro da comunidade LGBT+, que por muitas vezes reproduz os estigmas de que esse grupo é confuso, indeciso, promíscuo, que ainda não aceitou a própria sexualidade e até mesmo que seriam “vetores de ISTs”, reproduzindo o preconceito de que ISTs ocorrem de acordo com o tipo de parceiro sexual. O espaço político que deveria acolher e somar a esse grupo acaba por ser um ambiente que os repele.

“Tem estudos que indicam que as pessoas bissexuais têm um senso de pertença à comunidade LGBT muito menor do que pessoas gays e lésbicas cisgênero, que por vezes podem, sem ter consciência disso, reproduzir discursos e atitudes bifóbicas. Mesmo que também sejam oprimidos pela LGBTfobia, os membros de uma letra podem agir de modo a deslegitimar a outra, o que prejudica a toda a comunidade LGBT+, já vulnerabilizada em contextos heteroscis. Tudo isso vai afetando o indivíduo. Só que quando ele chega na terapia e essas violências que ele sofreu podem afetar outras áreas. Pode ser que o desempenho do indivíduo no trabalho, por exemplo, ou na escola ou na vida amorosa não esteja tão positivo por causa dessas violações. Não está conseguindo se integrar à vida social da maneira que ele gostaria, devido a todas essas vulnerabilizações que ele já passou em tantos setores da sua vida.”

O pesquisador encontrou em seu estudo diversas violações cometidas por profissionais da psicologia contra bissexuais no contexto terapêutico. Em casos extremos, é realizada a terapia de reversão sexual (a “cura” bissexual). Tal método, como já citado, é considerado uma forma de tortura, e gera um enorme sofrimento para o sujeito, pois os resultados pressupostos não são alcançados e invalidam a existência do indivíduo, causando efeitos danosos à autoestima, percepção de si, experiência da afetividade. Tais consequências desastrosas tendem a afetar a vida do paciente/cliente para além do âmbito sexual. Contudo, há outras formas de violência cometidas por tais profissionais.

“A literatura fala muito de microagressões e é o que eu percebo nas experiências das pessoas bissexuais. Muitas vezes, ainda que o paciente [ou cliente] não tenha dito ser bissexual, é uma coisa ruim; ele pode não ter dito com todas essas letras, mas a forma como o profissional trata, por exemplo, é como se o paciente tivesse que se decidir. Então, você agora está com homem, você se decidiu. Infelizmente, muitos terapeutas tratam como se fosse uma fase, uma imaturidade, uma questão passageira só uma experiência imatura. Ou como se fosse algo moralmente reprovável; nesse sentido é importante que o profissional veja quais são as concepções que ele tem sobre a bissexualidade na sua vida pessoal, para que isso não reflita na atuação profissional dele. Uma coisa que o profissional pode fazer também é presumir que o indivíduo é heterossexual, ou seja, se o assunto da sexualidade não foi tratado, a pessoa que chega a terapia é automaticamente vista como heterossexual. Ou, se essa pessoa que chega à terapia está namorando alguém que é do mesmo gênero, automaticamente o terapeuta pode presumir que essa pessoa é um gay ou uma lésbica. Mas isso não necessariamente é verdade. Então, quando uma pessoa bissexual chega na terapia e o terapeuta assume, presume que ela é hétero, gay ou lésbica, isso diminui a abertura da pessoa com o terapeuta. Sendo que a terapia é por muitas vezes o lugar em que a pessoa passa a olhar a sexualidade de forma mais positiva, mas se nesse lugar ela já está sofrendo uma “normalização” ou que ela não pode falar de sua sexualidade ali. Isso terá repercussões na vida do sujeito.”

Apesar dos enormes danos que podem ser causados por um atendimento antiético, um acompanhamento terapêutico que compreende as demandas do sujeito e se baseia na ciência e princípios éticos da profissão pode ser muito positivo.  Para se ter naturalidade, é preciso conhecer, estudar, ouvir essas pessoas. Historicamente o sujeito bissexual é associado a transtornos psíquicos, como um comportamento de risco sintomático. É importante que o profissional de saúde compreenda que a pessoa bissexual pode vir a sofrer por ser uma minoria sexual, mas não que seu comportamento sexual seja patológico, apenas por se identificar enquanto bissexual. 

Assim como lésbicas, há pouco material acadêmico sobre o grupo bissexual no Brasil, muitas vezes sendo apenas citado enquanto parte do grupo LGBT+. As escassas pesquisas criam a necessidade, aos que trabalham esse tema, de acessar pesquisas internacionais que não necessariamente trazem dados equivalentes ao contexto brasileiro. Na maioria das vezes, pesquisas voltadas à comunidade bissexual exploram o lado biológico dos sujeitos, principalmente estudos sobre ISTs. 

Essa invisibilização do grupo dentro das academias  reforça estigmas e dificulta a criação de políticas públicas. É preciso que bissexuais se sintam representados nos contextos políticos e tenham forças para criar iniciativas que abarquem as necessidades específicas do grupo. Por muitas vezes, há generalização da comunidade LGBT+, o que não é possível em termos práticos, pois cada grupo dentro da comunidade tem especificidades. O psicólogo também citou a importância de representações na mídia, para além do estereótipo do senso comum. A mídia de massa tem um importante papel na construção da subjetividade da população e, com boas representações midiática, o sujeito bissexual tende a se compreender melhor e auxilia na aceitação social do grupo.

Nikolai Sousa, que é psicólogo clínico com atendimentos online e artista independente, teve adversidades em sua formação. Seu curso não tinha, no currículo básico, nada voltado ao tema da diversidade, sendo raras em sua faculdade as discussões sobre temas como feminismo, sexualidade, identidade de gênero. Por ser única pessoa transexual em sua turma na graduação, por muitas vezes era a única referência ao se falar sobre gênero e diversidade e a pessoa que levava isso para debate. 

A formação em psicologia contrariou as expectativas de Nikolai, que acreditava que, por ser um curso na área de humanas, encontraria mais pessoas engajadas  politicamente e abertas à diversidade. Contudo, teve uma caminhada solitária e cansativa de ser o “diferente” dentro de um ambiente majoritariamente heterossexual, cisgênero, branco e cristão. E reforçador dessa lógica em sala de aula.

“O curso é voltado para a clínica desde que na ótica da análise comportamental6 […] e era uma ótica de uma coisa mais… como eu posso falar… laboratório! O ambiente todo esquematizado e o paciente ou cliente vai estar naquele exato perfil. Sabe, a gente é mais ensinado a atender a Mariazinha, 38 anos, servidora pública que mora no Plano Piloto ou em Águas Claras [bairros de classe média do Distrito Federal], mas a gente não tem um preparo para atender a  Dona Zélia que mora no Sol Nascente [bairro de classe baixa no DF] que, se não é mãe solo, às vezes é uma avó que cuida dos netos, vive às vezes com dois salários mínimos, então acaba sendo uma coisa muito elitizada.”

No curso em que o psicólogo se graduou, houve um projeto voltado à comunidade com intuito de acolhimento à diversidade. Contudo, não se prolongou, e um dos motivos é que algumas pessoas trans relataram desconforto pela forma como foram atendidas. Não há como ter uma boa prática, quando não se há estudo teórico no tema. Quando iniciou atendimentos clínicos, Nikolai se apresentava como psicólogo trans, pois compreende que muitas pessoas LGBT têm receio de não ser compreendidas pelos profissionais de saúde mental, e até mesmo medo de sofrer violências e invalidação. 

A gente sabe que nem todo mundo que vai se graduar, vai necessariamente querer atuar com clínica, psicologia é uma área muito ampla. Mas você não deixa de atuar com pessoas, então… não dá para você filtrar igual muitas vezes eu escutei “eu não vou atender fulano se ele for LGBT”. 

Mesmo entre os que buscam compreender mais sobre a questão transsexual, há lacunas nas estatísticas sobre o tema no Brasil. Não há um mapa específico de violências contra LGBTs, mesmo sendo um grupo bastante vitimizado. Os dados são escassos, pois as pesquisas ocorrem de forma independente, não há uma preocupação dos grupos estatais em mensurar tais informações. Isso prejudica a compreensão das problemáticas e dificulta propostas de resolução.

A pouca presença de pessoas transsexuais nas universidades também é motivo para a baixa quantidade de pesquisa em português sobre a classe. Dentre os poucos escritos, a maior parte foi escrita por pessoas cisgênero; o grupo acaba por ter sua história sendo escrita por outrem. Nikolai reconhece que abriu portas para que aqueles que conviveram com ele no ambiente acadêmico e não estavam envolvidos em grupos de diversidade buscassem conhecer a questão de gênero, para além da lógica binária. Porém, considera perigoso ter sido necessário uma pessoa trans no espaço para que isso fosse pautado.

A presença de pessoas transexuais também se dava de forma complexa por conta das dificuldades burocráticas de suas existências. Apenas em 2018 foi autorizada a mudança de documentos para o nome social de pessoas transexuais. Antes da decisão do STF, era necessário um processo de justiça, no qual a pessoa precisaria contratar um advogado ou acionar a Promotoria Pública de seu estado, reunir documentos e provas de que é uma pessoa trans e de que se identifica com aquele nome. Era preciso também que houvesse relatórios de profissionais de saúde mental, para serem avaliados por um juiz e assim a pessoa conseguir ter o nome aceito de forma oficial

Por conta de tamanha dificuldade, muitas pessoas desse grupo, após a morte, eram enterradas com o nome de registro no nascimento, conhecido como nome morto. O psicólogo também apontou para uma naturalização da violência contra pessoas transexuais. Socialmente, as altas taxas de mortalidade desse público por assassinatos com crueldade são vistas como algo banal e geram pouca comoção. Notícias sobre homicídios de pessoas trans muitas vezes citam o gênero de forma errônea, utilizando de pronomes que não condizem ao sujeito, expondo o nome morto e utilizando de falas preconceituosas ao explicar a transexualidade. 

Dentre as negações de existência a tal população, costuma ocorrer uma negação à utilização de banheiros públicos – os quais no Brasil costumam seguir uma lógica binária. No início do ano, a jovem Lanna Hellen foi agredida em um shopping da capital alagoana ao entrar no banheiro feminino. A situação viralizou nos meios progressistas e reabriu um debate sobre utilização de banheiros de acordo com a identidade de gênero. O direito a realizar suas necessidades fisiológicas é negado a essa população. O psicólogo entrevistado pela Badaró nos afirmou que entre trans masculinos é comum problemáticas relacionadas ao sistema urinário, pois temem utilizar toaletes públicos receando violências.

Profissionais de saúde no geral não tendem a ser amigáveis a este grupo. Há uma patologização do sujeito trans, pressupondo um “ódio ao próprio corpo”. Há também a problemática do pensamento binário, como o caso de ginecologistas que por muitas vezes não têm preparo para lidar com pessoas trans.

“A maioria dos homens trans ou trans masculinos evita, igual diabo foge da cruz, ginecologista. Não só culturalmente pelo problema que a gente tem em relação à vagina, mas a violência ainda mais quando você é uma pessoa trans masculina. Da associação de pênis a um homem.”

Os profissionais de psicologia também reforçam essa patologização. Historicamente a transexualidade é vista como uma característica psicótica – fragmentação da psique, desassociando da realidade compartilhada. Esse grupo tende a ter demandas até mesmo similares a pessoas que não pertencem à classe LGBT. Nikolai Sousa atende principalmente adultos e contou que entre seus atendidos as principais demandas são vinculadas a trabalho, isolamento social e falta de contato com família e amigos, as quais não são exclusivas à identidade de gênero. Contudo, é importante compreender que a não compreensão e aceitação social das identidades de gênero, para além da cisnormatividade, pode sim trazer sofrimentos a essa população.

Estas diversas violações geram sofrimento ao sujeito. Como forma de buscar reverter tal problemática o psicólogo trouxe a importância de estar próximo desses grupos marginalizados, para além de “objetos de pesquisa”. É preciso incluir essas pessoas nos contextos cotidianos, para criar uma lógica social que emancipe todo sujeito humano.

Alguns contatos de projetos e ONGs voltados à comunidade LGBT que os entrevistados indicam: 

Ambulatório de gênero de psicologia na Universidade de Brasília: núcleo de atendimento do Hospital Universitário da UnB voltado à população transsexual e travesti. 

Associação Nacional de Travestis e Transexuais: associação criada na década 1990 voltada a população T, no site é possível encontrar diversos conteúdos em diversos formatos sobre esse grupo. 

Casa 1: projeto na cidade de São Paulo (São Paulo) auxiliado pela sociedade civil e conta com três vertentes (república de acolhimento a pessoas LGBTs, centro cultural e clínica social voltada a população LGBT).

Casamor LGBT+: espaço de acolhimento e centro cultural voltado a população LGBTQI+ localizada na cidade de Aracaju (Sergipe).

Centros de Cidadania que promovem acolhimento gratuito para a população LGBT+ na capital paulista. 

Coletivo Bi Sides busca divulgação conteúdos sobre a população bissexual, além de um projeto de acolhimento a essa população. 

CREAS da Diversidade do Distrito Federal: Centro de Referência Especializada de Assistência Social localizado em Brasília que realiza atendimento especializado a pessoas em situação de violência e/ou privação de direitos. 

Projeto Remonta: clínica social voltada a população LGBTQI+, apesar de localizada na capital sergipana, atualmente os voluntários realizam atendimento em diversos estados brasileiros de forma remota. 

Roda de Escuta LGBTTQIA+: Grupo de escuta, conversa e troca de experiências com pessoas LGBTTQIA+ no serviço de psicologia da Universidade Federal de Sergipe

NOTAS DE RODAPÉ:

¹Termo usado de forma genérica pela organização para quaisquer formas de se relacionamentos românticos e/ou sexuais para além da heterossexualidade.

²O Instrumento Kessler-10 (K-10), questionário de 10 itens, identifica a presença de Sofrimento Psíquico desde uma perspectiva orientada por sintomas. Os valores possíveis vão de 10 (indicando a ausência de sofrimento psíquico) até 50 (indicando grave sofrimento psíquico). A categorização do sofrimento psíquico se faz em quatro grupos: baixo (10-15), moderado (16-21), alto (22-29) e muito alto (30-50). Para propósitos analíticos, a maioria dos estudos une as duas últimas categorias (alto e muito alto). Um nível muito alto de sofrimento psíquico está associado com uma alta probabilidade da presença de transtornos de ansiedade ou depressão.

³Estrutura social que visa negar experiências de sexualidade para além da heterossexualidade. Se dá em diversos âmbitos sociais e exerce força na formação moral do sujeito, comumente leva a sentimentos de culpa e desajuste aos grupos não-heterossexuais. 

Teoria psicanalítica elaborada Sigmund Freud (1856 – 1939) a qual divide o desenvolvimento humano em fases de estímulos prazerosos desde a infância. Para Freud a sexualidade se dá para além do ato sexual, sendo presente no sujeito desde o nascimento. 

Modo de ser no contexto de atendimento psicoterápico,  no qual, não se pressupõe sobre o outro, deixando em suspensão os pressupostos do terapeuta perante o mundo naquele momento. Evitando contaminação no discurso do cliente de questões do terapeuta.

Abordagem psicológica com viés positivista criada pelo psicólogo Burrhus Frederic Skinner (1904 – 1990), a qual analisa relação entre comportamentos e ambiente.

 

Carolina de Mendonça

Carolina de Mendonça

Colunista

Estudante de psicologia, amante de utopias e com grandes flertes com o cinema.

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